quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

DIVÓRCIO



Vivenciar o divórcio pode ser uma das experiências mais estressantes e dilacerantes da vida das pessoas. Vivenciá-lo dentro da igreja, no entanto, pode ser ainda pior. Isso porque muitos cristãos sinceros, infelizmente ainda não obtiveram o conhecimento bíblico correto sobre o assunto e, por causa disso, são reticentes na sua relação com irmãos divorciados.
Esse artigo tem como objetivo lançar alguma luz sobre a questão. Primeiramente, é preciso que nos lembremos de que "... a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo" (Jo. 1.17). A primeira pergunta que devemos nos fazer, portanto, é se os que vivem tragédias matrimoniais como o divórcio, por exemplo, também são dignos dessa "graça" e dessa "verdade" trazidas por Jesus. Creio que uma consciência cristã experiente tem a resposta certa para ela. 

Um outro ponto importante é dizer que a Bíblia fala apenas de um divórcio, no
texto de Jeremias 3:8, que diz o seguinte: "E vi que, por causa de tudo isto, por
ter cometido adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de
divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu".
Nesse texto, Deus está advertindo a Judá de que está procurando problemas. Ele,
então, instruiu a Jeremias para que alertasse a Judá de que ela havia sido

testemunha da infidelidade de sua irmã Israel, e que Ele a havia mandado embora e lhe dado carta de divórcio. Assim mesmo, Judá não se arrependeu (Jr. 3.6-8).
POR QUE A FALTA DE COMPREENSÃO SOBRE O DIVÓRCIO?
Quando Jesus foi questionado pelos fariseus, no evangelho segundo Marcos, "se é
lícito ao marido repudiar sua mulher"
ele respondeu, fazendo outra pergunta: "Que vos ordenou Moisés?" A resposta deles foi: "Moisés permitiu lavrar carta de
divórcio e repudiar"
(Mc. 10.2-4).
Essa resposta dada pelos fariseus se refere à lei à qual o historiador Josefo, que
viveu um pouco depois da época de Jesus, chama de "a lei dos judeus", e se
encontra em Deuteronômio 24.1-4.
Esta é a lei de que trata Deuteronômio: "Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável a seus olhos, por ter ele achado coisa
indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a
despedir de casa; e se ela, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem..."

(Dt. 24.1-2). Isso estava vigente na época de Jesus, mas a situação em que os 
homens judeus viviam era bem diferente, pois eles, na realidade, não a praticavam,e tomavam outras esposas, sem se incomodar em pensar em divórcio.
Ora se não se divorciava, o que fazia, então, um homem daquela época com a
primeira esposa, quando tomava outra? Simplesmente, punha-a de lado, não lhe dando documento algum. Assim, caso se arrependesse, tinha a esposa anterior sempre à sua disposição! Isso era uma crueldade para com as mulheres, contra a qual Jesus se insurgiu.


A palavra hebraica, usada no Antigo Testamento, para descrever esse "pôr de lado" ao qual nos referimos é shalach, diferente da palavra que significa divórcio (como utilizada em Jeremias 3.8) que é keriythuwth que, literalmente significa excisão ou corte do vínculo matrimonial.
Ora, shalach normalmente é traduzido por "repudiar"Então, as mulheres que eram "colocadas de lado" por seus maridos, sem carta de divórcio como mandava a lei, eram "repudiadas" e era contra essa espécie de repúdio que Jesus se opôs. Quando, em  Lucas 16.18 ele diz: "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e quem casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério", ele está se revoltando contra uma prática cruel e injusta, porém não está se referindo ao divórcio.
Na verdade, no Novo Testamento, a palavra grega utilizada para "repúdio" vem do
verbo apoluo, e é equivalente à palavra hebraica shalach ("deixar" ou "repudiar").
Já a palavra hebraica utilizada para "divórcio" é keriythuwth, cujo equivalente no
grego (língua na qual foi escrito o Novo Testamento) é apostasion.
Resumindo, para ficar mais claro: shalach, no hebraico, corresponde a apoluo, no
grego e significa "repúdio", em português. Keriythuwth, no hebraico, corresponde à palavra grega apostasion e significa "divórcio", de fato, em português. A não
compreensão dessa diferença é que provoca tanta confusão e tanta incompreensão em nossos dias!
QUE PALAVRAS JESUS SE UTILIZOU PARA TRATAR DO ASSUNTO?
As passagens bíblicas nas quais Jesus tratou deste assunto incluem Lucas 16.17-18; Mateus 19.9, Marcos 10.10-12 e Mateus 5.32. Nessas passagens, Jesus utilizou onze vezes a palavra apoluo, em uma de suas formas e, em todas essas ocasiões, o que ele proibiu foi o apoluo, ou seja, o repúdio. Ele jamais proibiu apostasion, a carta de divórcio exigida pela lei judaica!
Isto posto, devemos traduzir a palavra grega apoluo por divórcio? A tradução
Revista e Corrigida de Almeida, que é a mais antiga em língua portuguesa sempre
usou "deixar" e "repudiar". Do mesmo modo, emprega essas mesmas palavras a Revista e Atualizada.
E Por Que As Pessoas Passaram a Ler Diferente?
Essa é uma pergunta sobre a qual vale a pena discorrer um pouco, pois, no meio evangélico, principalmente, começou-se a ler: "aquele que divorciar sua mulher" nas passagens em que Jesus, com muita clareza, disse: "aquele que repudiar ou abandonar sua mulher"!
Ao que tudo indica, esse equívoco começou em 1611, quando a rei Tiago encomendou a versão mais antiga e, hoje em dia, mais popular da língua inglesa (a chamada King James Version). Nessa edição ocorreu um problema: em uma das onze vezes que Jesus usou o termo, os tradutores escreveram "divorciada", ao invés de "abandonada" ou "repudiada".
Isso aconteceu em Mateus 5.32, onde eles colocaram: "E aquele que se casar com a divorciada comete adultério", embora a palavra grega não seja apostasion, mas uma forma de apoluo - situação que não inclui carta de divórcio para a mulher, pois ela, tecnicamente permaneceria casada.
A versão Standart Americana corrigiu o erro em 1901, mas nunca chegou a ser tão
popular como a King James Version. Na verdade, tudo o que foi impresso depois
(incluindo os léxicos gregos e americanos) foi influenciado por essa ocorrência.
De onde resulta o fato incontestável de que a tradição nos ensinou a ter em mente
"divórcio", mesmo quando lemos "repúdio".
CONCLUSÃO
Tudo o que tivemos a oportunidade de examinar, através deste artigo, não pode e
nem teve a pretensão de defender a prática do divórcio. Biblicamente falando,
todos sabemos que o matrimônio foi planejado para durar a vida toda.
Portanto, o divórcio é um privilégio, no sentido de servir como um corretivo apenas para situações intoleráveis. Mesmo assim, não deixa de ser uma tragédia: sentimento de culpa, perda da auto-estima, um agudo senso de ter falhado, solidão, rejeição, críticas dos familiares e dos irmãos em Cristo, problemas na educação dos filhos e uma série de outras graves conseqüências são os resultados concretos que afligem os divorciados.
No entanto, a graça de Cristo é abundante para eles também. Jesus sempre se
identificou com os que sofrem e com os que, reconhecendo o seu pecado, confessam-no e o deixam. A igreja foi planejada para ser uma comunidade terapêutica, que cura as feridas; não que as fazem doer mais.
Portanto, nosso desejo sincero é que deixemos de ser juízes, pois não foi para isso que Cristo nos chamou. E que tenhamos mais amor, mais compreensão e mais empatia por esses nossos queridos irmãos divorciados. Por eles também Jesus derramou seu precioso sangue purificador!
BIBLIOGRAFIA
Este artigo está baseado no apêndice O divórcio, a lei e Jesus, incluso in:
CARVALHO, Esly Regina, Quando o vínculo se rompe, ed. Ultimato, 2001

sábado, 1 de janeiro de 2011

PÁSCOA


Nós, os servos de Deus, fomos alcançados pela Sua misericórdia e libertos da escravidão  do pecado. (“Mas damos graças a Deus porque vocês, que antes eram escravos do pecado, agora já obedecem de todo o coração às verdades que estão nos ensinamentos que receberam.” Rm 6:17) Vivemos nesta terra como retirantes estrangeiros, aguardando o momento de partimos em definitivo para a pátria celestial e estarmos eternamente com o Rei dos reis. Nesta jornada em direção aos céus é de suma importância manter-nos isentos das práticas e costumes comuns ao homem natural e firme na obediência à vontade de Deus; superando as muitas lutas, tentações e provações. O Senhor afirma: “... o mundo inteiro está debaixo do poder do diabo.”(1Jo 5.19) O diabo é o imperador deste mundo e dita as regras, os resultados comprova-se na falta de amor e nas barbaridades que os homens cometem entre si; nas loucuras praticadas contra Senhor; e na igreja que aos poucos vai assimilando e cristianizando práticas pagãs, é o inimigo minando as forças, afastando o homem do Senhor.

A Páscoa é uma comemoração muito importante na vida do crente, ela é sinônima de libertação (Ex 12:17, 42; Dt 16.3) entende-se também como início de novos rumos, da nova caminhada em direção a uma vida santa e segundo o coração de Deus. Sua instituição foi ordenada por Deus (Ex 12.1,2 e Jo 2.23), a observação pelos filhos de Deus deve ser contínua (Ex 12.28,50), a exemplo do Senhor Jesus, que junto a seus discípulos a comeu (Mt 26,17-20).
Usurpar-se da glória de Deus é a luta constante do diabo e, para tal, usa dos mais diversos meios. Em relação ao mover libertador de Deus (páscoa), o inimigo apresentou à igreja uma série de costumes e práticas pagãs, que imediatamente foram cristianizadas e incorporadas. Para comemorar a Páscoa, Coelhos e ovos de chocolate! Muitos desconhecem ou desconsideram a simbologia que os sustentam; são várias lendas, todas apontam para o fato de serem instituídos para louvor de determinada divindade; isto é o suficiente para que sejam eliminadas do arraial dos santos. O diabo chegou ao extremo de colocar um coelho (animal listado entre os impuros, lado a lado com os porcos e outros. Ver: Lv 11.6 e Dt 14.7,8), como representação do Senhor Jesus (o cordeiro). E todos concordam! É lamentável ver esta tradição extremamente viva no meio de muitas denominações.

Igreja do Senhor Jesus Cristo é tempo de acordar para a voz do Espírito Santo e permitir a sua ação, limpando o acampamento, destruindo os “deuses do lar” (Is 31.7) e objetos amaldiçoados; para que haja paz no meio do arraial. Fechar as porta para o diabo e suas estratégia é uma ordem do Senhor Deus.

Como comemorar a Páscoa do Senhor?
“Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.” Ex 12.14
A igreja na qual sirvo o Senhor, foi instruída por Ele a comer à páscoa nos termos descritos por Moisés em Êxodo 12. Amado, você que é um líder do Senhor nesta terra é tempo de tirar os fardos da sabedoria de sobre os ombros e colocar-se em exclusiva sintonia com o Espírito de Deus, ouvindo a Sua vontade, materializando-a. Prepare o cordeiro, assado com ervas amargas e reunidos na presença do Senhor, coma para a honra e glória de nosso Deus.

“O cordeiro será sem defeito, macho de um ano; podereis tomar um cordeiro ou um cabrito...  naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão...  Por sete dias, não se ache nenhum fermento nas vossas casas... Nenhuma coisa levedada comereis; em todas as vossas habitações, comereis pães asmos.” Ex 12.5,8,19 e 20
E assim é feito em nosso meio. Um cordeiro é preparado, assado no fogo e comido com  pães asmos e ervas. Oh graças! É a exteriorização de nossa alegria, de nosso amor pelo Senhor Jesus Cristo. Que nos amou primeiro e deu-Se em sacrifício por nós.

Alguns aspectos que devem ser observados na celebração desta páscoa:

a) Purificação:
 “Porque havia muitos na congregação que não se tinham santificado; pelo que os levitas estavam encarregados de imolar os cordeiros da Páscoa por todo aquele que não estava limpo, para o santificarem ao SENHOR.” 2Cr 30.17 (veja também: Jo 11.55):

A santificação e purificação da vida é uma ordem, que deve ser observada por todos. Seja sacerdotes (pastores e autoridades da igreja) ou a congregação. Era preciso estar limpo para participar da celebração e comer do cordeiro pascal. O Impuro jamais participava da mesa. A preparação requerida era muito séria, incluía: orações, jejuns e outras formas de purificação.  Santificação é uma palavra quase em desuso no meio cristão. Notadamente, a igreja tem andado de mãos dadas com o mundo, afinal tudo é natural e normal, costumes e práticas são adaptadas e inserida. Infelizmente, a Palavra de Deus é encaixada nas muitas doutrinas, moldada segundo o interesse de casa denominação. Quando, a ordem correta, seria, encaixar-se na Palavra santa.

“Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus.” Lv 20:7 
“Porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo.” 1Pd 1:16 

b) Excluíam o fermento:
“...não comerás levedado; sete dias, nela, comerás pães asmos... Fermento não se achará contigo por sete dias, em todo o teu território...” Dt 16.3,4  (veja também: Ex 12.19,20)
Nesta fase preparatória, de purificação, o fermento era totalmente excluído da alimentação, devido a sua significação (pecado). É perfeitamente válida esta palavra e na semana que antecede a esta tão importante celebração, todos os produtos que levam fermento em sua composição são excluídos da dieta diária. É provável que você questione tal posicionamento, talvez até evocando o fato de não mais estarmos sujeitos à lei. Não o julgo, de forma alguma. Eu aprendi do Senhor que a fé é primordial. Se você crer que Deus fala em tua igreja, não há porque questionar a vontade dEle. E assim tenho agido e nestas coisas, tenho visto o poder do Eterno.

c) Ofertar:
“Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra, que vos dou, e segardes a sua messe, então, trareis um molho das primícias da vossa messe ao sacerdote.”  Lv 23.10,14

Quando os israelitas iam comer a páscoa, era costume trazer uma oferta ao Senhor, naquela época geralmente produtos da terra. Trazer oferta voluntária ao Senhor ainda precisa ser praticado. Mas, além da oferta material, seja você uma oferta viva ao Senhor, entregando-se como instrumento, santo, puro e cheio do Espírito Santo nas mãos do Senhor, para que Ele o use segundo o seu querer.

O diabo ao longo dos séculos vem travando uma luta extremamente violenta contra o reino dos céus, faz uso de todas as suas armas para implantar o seu reino, e tem conseguido êxito. Em algumas oportunidades a sua forma de agir é explícita, todos olham e vêem; outras, as estratégias estão camufladas, e apenas os que “têm olhos” (espirituais) podem ver a ação devastadora do maligno. Em relação à páscoa a estratégia é camuflar o mal, desvirtuar o objetivo principal tomando para si a glória do Senhor Deus. Para alcançar este fim usa de meios “inofensivos”  e com grande apelo visual e emocional (ovos e coelhos). Somente aqueles que tem os “olhos abertos” conseguem ficar isentos, não se deixam envolver pela artimanha maligna.

Feliz Páscoa do Senhor Jesus!
LI GOSTEI E ESTOU PASSANDO
Elias R. de Oliveira